Uma operação conjunta resgatou 33 trabalhadores em condições análogas à escravidão em obras de prédios de alto padrão nas praias de Formosa e Camboinha, em Cabedelo, na Grande João Pessoa. A ação foi realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal e Polícia Federal.
Os trabalhadores, em sua maioria paraibanos de cidades como Mari e Gurinhém, viviam em alojamentos precários, dentro das próprias obras, com infiltrações, superlotação, falta de ventilação, banheiros improvisados e alimentação extremamente limitada.
“Eles recebiam apenas uma pequena coxa de frango no almoço e, muitas vezes, só cuscuz com ovo no café e no jantar”, relatou uma das auditoras fiscais que participou da fiscalização.
Além das condições desumanas, as obras estavam em situação de alto risco, sem qualquer segurança para os trabalhadores, o que levou ao embargo imediato das construções.
O Paraíba Atualiza apurou que, além das verbas rescisórias, as empresas firmaram acordos para pagar cerca de R$ 200 mil em indenizações por dano moral individual aos trabalhadores e mais R$ 300 mil por dano moral coletivo.
Somente este ano, já são 104 trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão na Paraíba, sendo 92 na construção civil.