O que o governo federal tem feito diante da maior seca da história do Brasil e da multiplicação de incêndios florestais?

A maior seca já registrada no Brasil tem favorecido a proliferação de incêndios florestais em diversas regiões, levando a questionamentos sobre as medidas adotadas pelo governo federal para enfrentar o problema. Nos últimos dois dias, mais de 9 mil focos de incêndio foram registrados, afetando a qualidade do ar e ameaçando milhões de pessoas. Estados como Paraná, Goiás, Minas Gerais e São Paulo estão entre os mais afetados, com a seca prolongada e altas temperaturas elevando o risco de incêndios.

Em Londrina, no Paraná, a fumaça encobriu o centro da cidade, com 26 focos de incêndio registrados em apenas quatro dias. No sudoeste goiano, a cidade de Rio Verde enfrenta 144 dias sem chuvas significativas, agravando os incêndios. Em Minas Gerais, as temperaturas chegaram a 40°C, enquanto em São Paulo, cidades como São José do Rio Preto estão há mais de 120 dias sem chuva. Na região centro-oeste paulista, um incêndio em Pompeia já consumiu 500 hectares de vegetação em seis dias.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que, entre janeiro e agosto de 2024, foram registrados mais de 145 mil focos de incêndio no país. A Amazônia, por sua vez, vive o segundo ano consecutivo de uma estiagem histórica. No estado do Amazonas, todas as 62 cidades estão em situação de emergência, com os rios Negro e Solimões nos níveis mais baixos já registrados. Mais de 300 mil pessoas sofrem com a falta de água e a má qualidade do ar.

Diante dessa crise, o governo federal tem sido criticado pela resposta considerada insuficiente. Embora o envio de brigadas do Ibama para áreas críticas tenha sido anunciado, especialistas e organizações ambientais cobram ações mais robustas. Há um pedido por um plano de contingência eficaz, com mais uso de tecnologias, prevenção de queimadas e políticas de preservação ambiental. A fiscalização também precisa ser intensificada para coibir queimadas ilegais.

O agronegócio, especialmente em São Paulo, já registra prejuízos de R$ 2 bilhões devido aos danos causados pelos incêndios em áreas de produção. Mais de 8 mil propriedades rurais foram afetadas diretamente no estado, evidenciando o impacto econômico da crise.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) alertou que apenas chuvas significativas poderão controlar completamente os incêndios, mas elas não devem ocorrer nas próximas semanas. Enquanto isso, a seca e os incêndios continuam a devastar o Brasil, colocando pressão sobre o governo federal para implementar ações de longo prazo que previnam a repetição dessa catástrofe nos próximos anos.

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Veredas/Debate

Os artigos publicados, tidos como textos eminentemente opinativos, trazem os propósitos de estimular debates sobre problemas brasileiros e variadas reflexões das veredas ou tendências dos pensamentos em status quo. Escrito por Cavaleiro Andante.