Vivemos num mundo tão barulhento, a gente se conecta com os agentes externos em todos os momentos, porque o barulho está dentro de nós: estamos cheios de mágoas, raivas, tristezas, negatividades, insegurança e desconfiança.
Caímos na cegueira mental tão confusa e não vemos a beleza em nada, a vida fica sem cor, sem sabor… em tudo encontramos a negatividade. Qualquer palavra agride quando estamos na agitação. Escutar não é a mesma coisa que ouvir? Ouvir entra na profundeza do coração, só escuta quem silencia, quem se esvazia. Esvaziar-se é saber calar, é uma busca constante. Saber calar não é abrir mão de seus direitos, atrás de um silêncio patológico. O silêncio não implica numa postura de passividade diante da vida, muito menos das pessoas. Estar calado é a arte de saber viver. A sabedoria e a prudência tem suas raízes no silêncio. Não há reflexão onde há barulho. No silêncio Deus fala em nosso coração e encontramos respostas para tudo. O silêncio é uma resposta, em muitas situações ele traz: meditação, reflexão, revelação, oração, insight.
Para mim, tem sido uma oportunidade de aprendizagem, viver numa experiência tão barulhenta: discórdia, indiferença, desonestidade, mentira e até boatos. Confesso que me sinto fortalecida, procurei no silêncio encontrar respostas para tantas incoerências. Encontrei na inteireza da vida coragem para iniciar uma vivência de escuta ativa, falar menos e ouvir mais. Numa escuta ativa teremos mais assertividade, porque demonstrar interesse em ouvir não se limita apenas à fala e sim aos movimentos do corpo, o tom da voz, no olhar falamos com o corpo. O psiquiatra Dr. Adalberto Barreto diz: quando a boca cala, o corpo fala. Encontro nessa estratégia o diálogo para compreender o silêncio.
Terezinha Ferreira da Silva
08/03/2024
